Ministério da Cultura e Ampla apresentam:

Guia Cultural da Costa Verde

Espaços Culturais

Angra dos Reis • Bracuí

ALDEIA SAPUKAI

Simplicidade como modo de vida

Situada a cerca de 6 km da rodovia BR-101, no distrito de Bracuí e em região montanhosa cercada pela Mata Atlântica, a Aldeia Sapukai possui atualmente 420 habitantes guaranis, distribuídos em 80 famílias.

A aldeia é liderada pelo carismático cacique João da Silva Vera Mirim, o qual com seus 101 anos de idade e muita sabedoria estranha ainda alguns hábitos dos brancos. Acostumado a viver com a natureza e extrair da terra sua alimentação e as ervas para cura, conta que o dia no qual entrou em um supermercado pela primeira vez ficou desnorteado, sem saber o que era comida. Ele, que também é pajé, fala com simplicidade que “quando o índio está doente, vai na mata, colhe a planta e faz a infusão. Reza e toma quando quiser. Fica curado. Remédio de branco, só na hora certa e às vezes não cura.”

Além de fazer os remédios, o pajé também é responsável pela escolha do nome das crianças. E tal qual um psicólogo escuta e estimula muita conversa para depois dar sábios conselhos.

Na aldeia, as casas são simples e os principais cultivos são de mandioca, batata, banana, palmito pupunha, açaí e juçara, tudo para consumo próprio. A água pura que vem das nascentes possibilitou a construção de uma pequena represa para criação de tilápias.

Quase todos na aldeia são bilíngues porém a língua falada entre eles é o tupi guarani.

Na Escola Guarani Karaí Kuery Renda o professor Argemiro Caraimirim (pequeno sábio em guarani) ensina a língua portuguesa e outras matérias.

A música é muito apreciada pelos indígenas. Estes praticam o canto coral e a maioria dos jovens sabe tocar violão e rabeca, um tipo de violino rústico. As danças também fazem parte dos costumes e algumas são específicas só para meninos, outras só para meninas e outras mais para adultos.

O artesanato guarani é uma tradição antiga, muito apreciada por turistas e um meio de sustento. É impossível não se encantar com os coloridos cestos, arcos e flechas, colares, pulseiras e os bichinhos esculpidos em madeira, geralmente criados diante dos nossos olhos.

A eletricidade só chegou lá em 2006 e muitas parcerias já foram realizadas para implantar projetos na aldeia, capacitando os habitantes em determinadas áreas para a geração de renda. Entre estas, destaque para a padaria e a oficina de papel artesanal. Hoje, para conseguir moeda sonante contam com a venda de artesanato, visitações guiadas e apresentações contratadas para eventos especiais, dentro ou fora da aldeia.

A recepção aos visitantes, que deve ser agendada, inclui um passeio guiado por toda a aldeia, apresentações de dança e música e, se o tempo colaborar, um mergulho na bela cachoeira do rio Bracuí.

É muito gratificante conhecer o “nhandereko”, o jeito de ser guarani, e os costumes deste simples e simpático povo que antes de tudo é brasileiro e merece todo o nosso respeito.

  • Agendar visitas (com Lucas Xunu Mirim)
  • Sob consulta
  • Carro • Van
  • Casaco • Chapéu ou boné • Repelente • Roupa de banho • Tênis ou bota

Informações

Estrada dos Índios, s/n – Bracuí – Angra dos Reis
(24) 3362-6686 (Cristino – rec. Funai)
(24) 99965-1495 (Lucas Xunu Mirim) / (24) 99917-4058 (Prof. Argemiro)
E-mail: karaimirim54@yahoo.com.br
E-mail: lucasxunu@gmail.com

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